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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cantor Nando Cruz de Miranorte e o Caminho do Sol




Passaram-se mais de vinte anos, desde o seu primeiro contato com o trabalho desse artista que nasceu potiguar, cresceu paraense e se consagrou em estúdios e festivais populares da região tocantina, quando residia em Imperatriz (MA). À época, ele havia sido selecionado por uma renomada editora, com a canção Sunseed, para um disco em homenagem a Raul Seixas. Mas os responsáveis nunca finalizaram o produto.
Suas canções que hoje são executadas em rádios do Nordeste e do Centro-Sul do país, eu acompanhei no berçário, quando as palavras ainda se articulavam em versos e os primeiros acordes surgiam. Além da voz agradável e da boa extensão vocal, ele também se destaca como compositor, utilizando uma paleta bastante rica. Capaz de colorir sonhos e fantasias, amenizando os tons macabros das desgraças nossas de cada dia, ampliando com muita beleza a paisagem sonora.
Que ele é apaixonado por Gonzagão, Dylan, Beatles, entre tantos, não é nenhuma novidade. A novidade mesmo é pintar uma tela musical com essas referências fluindo de forma tão equilibrada e elegante. PassoPreto ou Blues e Aboios traz, num valoroso emaranhado, sob o olhar folk, o rock, o blues, o baião, o aboio, o xote e sutilezas caribenhas. E o disco segue surpreendendo até a décima-segunda canção.
O disco termina com Chuva Tardia, e é impossível ouvi-la sem me lembrar de Exupéry e de Zé Gomes Sobrinho, influências tanto para Nando, como para mim. "Ele canta como quem alcançou o céu, e desligou para ver as estrelas caindo. (...) Chuva tardia encerra o sol... Seus dedos violam o silêncio com um prazer de virgens, enquanto puxam num cordel os invisíveis; seu povo e mais mil almas".
Nando Cruz está preparando o seu terceiro disco e, entre outras coisas, trabalhando na pré-produção de um DVD. Atualmente o artista é diretor de Cultura da cidade de Miranorte (TO).

Fonte: Conexão Tocantins

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