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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Juiz Cledson José justifica ausência em julgamento

Familiares fazem mobilização pedindo justiça em frente ao Fórum de Miranorte (Foto: Célio Nogueira/Arquivo Pessoal)Familiares fizeram mobilização em frente ao Fórum
de Miranorte (Foto: Célio Nogueira/Arquivo Pessoal)
A Associação dos Magistrados do Estado doTocantins (Asmeto) enviou uma nota ao G1nesta quinta-feira (21) justificando a ausência do juiz Cledson José Dias Nunes, no julgamento do caso do comerciante de 25 anos, torturado em Miranorte. O crime ocorreu há 16 anos e a família e moradores da cidade, ficaram revoltados com o adiamento da sessão, que aconteceria na terça-feira (19).
Segundo a nota, o julgamento estava previsto inicialmente para o dia 4 deste mês, mas foi adiado para o dia 19 por causa da ausência justificada do promotor de justiça e do defensor público. "Por infortúnio, nesse último final de semana o juiz da Comarca de Miranorte foi acometido por doença, inclusive necessitando de internação hospitalar em Palmas na noite do último domingo, não restabelecendo sua saúde até o dia de hoje [quinta-feira], razão pela qual se viu absolutamente impossibilitado de realizar a sessão", explica a nota.
A Asmeto ainda ressalta na nota que, embora o juiz da Comarca de Miranorte tenha comparecido a todas as sessões marcadas, somente foi realizado o julgamento designado para o dia 30 de outubro. "As demais sessões não se realizaram em virtude da ausência de promotor de justiça e/ou de defensor público, fatos comunicados pelo juiz da Comarca de Miranorte à Presidência do Tribunal de Justiça do Tocantins, que, inclusive, encaminhou expediente para o Ministério Público Estadual solicitando a designação de promotor de justiça para realizar os júris designados."
Entenda

O julgamento do réu, Laércio Silva Barbosa Filho, acusado de ter participação na tortura e morte de Antônio Abreu Carvalho, conhecido como Toin Nogueira, em 8 de janeiro de 1997, em Miranorte, centro-oeste do estado, foi adiado pela segunda vez em novembro deste ano. São acusados do crime, que aconteceu com torturas físicas e psicológicas, Lindomar de Freitas Borges, Laércio Silva Barbosa Filho e Nelcimar Antônio Ferreira que, na época, eram agentes da Polícia Civil.

Antônio morreu após ser torturado por agentes da polícia civil (Foto: Arquivo da família)
Antônio morreu após ser torturado por agentes da
Polícia Civil (Foto: Arquivo da família)
Irmã de Antônio, Eliana Abreu Carvalho, diz que o julgamento de Laércio era para acontecer no dia 7 de novembro deste ano e foi adiado, assim como dos outros dois acusados, que seria no dia 14 de novembro e também não aconteceu.
Conforme as investigações, Antônio comprou de um rapaz um som com nota fiscal. Após a compra, policiais chegaram na casa de Antônio dizendo que o som era roubado e que o suspeito do roubo teria dito que o eletrodoméstico estava com ele.
Os policiais teriam levado Antônio para um lugar distante da cidade e o torturado. No outro dia, o deixaram em casa. Muito machucado, ele foi encaminhado para o hospital e teve que ser transferido para outra cidade, mas não suportou os ferimentos e morreu.
Após 16 anos de espera, Eliana diz que a família não tem muito o que fazer. "É uma indignação forte,  a gente sente a sensação de impunidade. Nossa família é humilde e estamos esperando por justiça enquanto eles [acusados] continuam soltos”, lamenta.
G1 TO

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