Blog os fatos e os boatos faz homenagem a Lucas Couto pelo setimo dia de seu falecimento

Missa setimo dia e homenagens dos amigos

 

 

Muitos de nós não pudemos estar presentes no momento de dor, impossibilitados de oferecer a mão amiga para tornar a perda do senhor Boca e de dona Dione menos pungente. No entanto, amigos são aqueles que se fazem presentes mesmo na ausência. Por isso, na cerimônia de setimo dia que foi realizada ontem, os amigos puderam dizer algumas palavras de saudade e de consolo.
A perda de uma pessoa tao querida como o Lucas Couto deixou um vazio muito grande para seus familiares e amigos. Amigos esses que compareceram em peso e choraram bastante durante toda a missa conduzida pelo padre Amarildo. Vieram amigos de Miranorte e Miracema e seu pai esteve presente juntamente com outros parentes no banco da frente onde ao final recebeu as condolecencias e cumprimentos.

Vestidos a rigor os amigos de Lucas de sua comitiva da cidade de Miracemaa enfeitaram a igreja matriz Santo Antonio e ajudaram a transformar a bela cerimônia em um ato mais lindo ainda. Poemas foram lidos em homenagem ao jovem que partiu a sete dias para morar ao lado do altissimo, e um dos mais emocionantes foi declamado pelo locutor de rodeios Fabio Goiano, de autoria do amigo Lucas Melo. Emocionante tambem foi a homenagem feita pela amiga Nicoly Martins que terminou com lagrimas nos olhos e fez praticamente toda a igreja chorar!

 

 

A dor da familia e amigos

 

 

 

Dava para ver pela cara de seu pai e de seus amigos o quanto ainda doi a perda de Lucas, mas temos a certeza que o jovem quer ve-los todos alegres, pois todos sabemos que um dia, nossos entes queridos se vão. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso, Deus tira de nós o que mais amamos. Nessas horas, as palavras de conforto parecem apenas agravar ainda mais a dor. Cada “meus pêsames” ouvido parece equivaler a um punhal que cala fundo.
Às vezes, em nossos pensamentos, podemos nos punir e nos culpar por nunca termos dito “te amo”; “preciso de você”, “estou sempre aqui”, “me preocupo com você”, ou, então, podemos pensar: “a culpa foi minha”.
Qual a resposta para essa dor?
O tempo e uma certeza: quando amamos, transmitimos esse amor em pequenos atos e gestos. As palavras não importam mais. Quando precisamos de alguém, sentimos sua presença, e as palavras não têm mais sentido; quando nos sentimos sós e abandonados, surge uma palavra ou um gesto e descobrimos que nunca estaremos sós.
E a culpa?
A culpa é da vida, que tem inicio, meio e fim. A nossa culpa está apenas em amar tanto e sentir tanto perder alguém. Porém, o tempo é remédio e nele conquistamos o consolo. Com o seu passar, o pesar dá lugar à lembrança dos bons momentos. E, com um pouco mais de tempo, transformamos nossos entes queridos em eternos companheiros.
Nossos sonhos ganham novos visitantes e nossa vida conquista anjos. No fim, fica uma saudade e uma outra certeza: não importa onde estejam, eles estarão sempre conosco.

 

Gostaria de encerrar com as belas e sábias palavras do “Poema de Natal” do poeta Vinícius de Moraes:

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses                  
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.