Neste domingo, 4, o Blog Os fatos e os boatos esteve na
assembleia legislativa do Tocantins e
fez a cobertura das eleições indiretas para governador do estado realizada no
plenário da casa de leis e que contou com oito candidatos. O critério para
apresentação escolhida pela mesa diretora foi à ordem alfabética. Os candidatos
tiveram cinco minutos para fazer o pronunciamento, tendo mais dois de
tolerância.
Adail Carvalho, cadê o sorteio?
O professor Adail Carvalho (PSDC) foi o primeiro a discursar
e suas primeiras palavras foram para criticar o critério escolhido para a ordem
das apresentações. “Isso aí foi uma tentativa de beneficiar o candidato
governista. No passado participei de um mesmo processo desses e fizeram
sorteio”. Comentou as renúncias do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) e disse
que era Legal, mas injusto e afirmou ainda que o ato tem como objetivo fazer
com que os grupos permaneçam no poder e se colocou como opção, e fez um apelo
aos parlamentares: “não precisam ser subservientes ao Palácio Araguaia”. Parece que o professor não conseguiu convencer
muito em suas palavras já que no resultado final tirou zero votos.
Eli Borges, Davi x Golias....
O segundo a se apresentar foi o deputado estadual Eli Borges
(Pros), que criticou o ex-governador Siqueira Campos dizendo que se fosse
eleito não renunciaria seu mandato. “Não podemos permitir a instabilidade
institucional”, disse. Ele defendeu um governo descentralizado e se colocou
como “representante do sentimento popular”. Ainda disse que a possibilidade de
ser eleito era baixa, devido à maioria de o parlamento ser governista, mas que fez questão de exercer o “dever cívico”. Citando
que participaria mesmo parecendo ser um jogo de Davi contra Golias, mencionando
os personagens bíblicos. Só que na Bíblia Davi venceu Golias, já na indireta o parlamentar
não viu o mesmo acontecer......
Fabio Ribeiro, o juiz
O candidato do Psol, Fábio Ribeiro, foi o terceiro a fazer o
pronunciamento e diferente dos candidatos desse partido que tem discursos bem
acalorados mostrou-se inteligente e eloquente nas palavras, e direcionou sua
fala aos deputados presentes, lembrando-os que seus votos seriam observados
pelos eleitores da eleição direta. “A vocês foi concedido o dever de zelar pela
coisa pública. Não sou eu que vou julgar. Quem vai julgar é o povo tocantinense
em outubro”, para depois criticar duramente: “Não adianta ler a Bíblia e depois
agirem como o capeta”! Fábio Ribeiro disparou para tudo quanto foi lado. “Gente
que ontem compunha o governo agora está batendo. Fechou a torneirinha e o
governo passa a ser ruim”, desabafou em tom de ironia. Ele ainda disse que os
deputados só serão reeleitos ou eleitos em novos cargos, apenas se fizerem um
“bom trabalho” e terminou dizendo aos deputados para tomarem suas palavras como
“um aviso”.
José Augusto Pugliesi, até que a voz nos separe...
O deputado estadual José Augusto Pugliesi (PMDB) começou o
pronunciamento dando um verdadeiro espetáculo a parte, garantindo que foi
escolhido como candidato por unanimidade na convenção e afirmou que vai levar o
processo indireto para a Justiça. Mas apesar de ter sido escolhido por
unanimidade teve colega de legenda que adoeceu e não compareceu para votar. “O
PMDB vai judicializar essas eleições. Entendemos que o candidato do governo não
atende a legislação”, disse o peemedebista referindo-se à Sandoval Cardoso
(SD), que não tem um ano de filiação. O parlamentar já entrou com uma ação na
justiça antes da eleição e foi indeferida.
O peemedebista criticou a gestão do ex-governador Siqueira
Campos (PSDB) lembrando das promessas de campanha não cumpridas e citando o
mensalão lembrou do rombo do Igeprev e garantiu: “É por isso que o PMDB não
pode acompanhar esse projeto, que é o projeto do continuísmo”. A única coisa
que o deputado não lembrou foi que já acompanhou esse grupo quando lançou sua
esposa a vice prefeita de Marcelo Lelis que na época compunha a base aliada do
ex governador Siqueira Campos.
José Augusto Pugliesi terminou o discurso, que quase nem
terminava, pois foi traído por sua voz que falhou na hora H, garantindo
presença do PMDB nas eleições diretas. “O PMDB está preparado para as urnas,
para debater com o povo, e em 5 de outubro ganhar as eleições”, e logo após já
sem voz sussurrou campanha antecipada ao pré-candidato peemedebista e deputado
federal Júnior Coimbra: “Vamos com Júnior Coimbra!”
Marcelo Lelis, mas apagado que lamparina sem querosene
O deputado Marcelo Lelis (PV), que não tinha muito o que
dizer mesmo, já que era governista a tão pouco tempo que nem aprendeu ainda ser
oposicionista discursou mais apagado que lamparina sem querosene e declarou sua
insatisfação com o governo de Siqueira Campos e dirigiu seu discurso à
população. “Enfim, falo aos tocantinenses, falo a todos nós que fomos
preteridos para um golpe político-familiar, para manterem a todo custo o
controle político do nosso Estado” e acrescentou que a renúncia de Siqueira foi
“imoral”. O comentário geral no momento do discurso dele é que se ele não
tivesse dado um passo maior que a perna hoje poderia estar sendo eleito
governador do estado.
Nuir Machado, de invejar até o deputado Tiririca
O sexto candidato a se pronunciar foi Nuir Machado (PMN),
que definiu o governo Siqueira Campos como uma “catrástrofe” (sic) e alegou
estar decepcionado, pois esperava “o melhor governo do Tocantins”. O candidato
mostrava certo nervosismo com um monte de papel estranho na mão, causou muitas
gargalhadas aos que estavam presentes na AL assistindo pela TV Assembleia. Ele
parecia o deputado Tiririca, não no âmbito politico, mas sim durante suas
apresentações de humor. Sem esquecer que o português de Tiririca é bem melhor.
Nuir Machado estendeu as críticas às gestões anteriores. “O
governo que entra não quer pagar a conta anterior”, e defendeu maior autonomia
da Assembleia: “Não podemos admitir que o Parlamento se curve diante do Palácio
Araguaia. Essa casa tem que fiscalizar”, disse. Nuir não deu nem conta de
concluir seu discurso no tempo hábil e quis mais minutos de prorrogação, sendo
obrigado a ter seu microfone cortado. Mas se ele não ganhou para governador
pode ter certeza que vaga de humorista tem garantido em qualquer programa de
humor.
Paulo Mourão, nada contra Sandoval
O ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT) foi o
penúltimo candidato a subir na Tribuna para discursar, e definiu o Tocantins
como um Estado fadigado na forma de fazer política e chamou a ultima gestão de
Siqueira Campos como ruim e péssimo avaliado em 60%”.
Paulo Mourão declarou que não tem nada contra Sandoval
Cardoso, mas que o problema é quem ele está representando. “Nada pessoal contra
o Sandoval Cardoso, mas ele não pode representar uma corja dessas”. “Não
esperem mudança aqui nesse plenário, vamos à luta meu povo”.
Sandoval Cardoso, não tem caminho novo, o que muda é minha
forma de caminhar
Sandoval Cardoso (SD) foi o último candidato a se pronunciar
e em vez de criticar seus adversários fez breve relato de sua carreira política,
lembrando do apoio recebido para disputar o processo. “Me vejo respaldado para
ser candidato a governador nessa eleição indireta”, disse. O governador disse
que nasceu no meio das tropas e exaltou sua querida cidade de Colinas.
Sandoval Cardoso exaltou o governo e indicou melhorias na
saúde, nas estradas, na educação e no agronegócio, e falou: “Temos obras em
andamento nos 139 municípios tocantinenses, sem olhar cor partidária”. Ele
disse: “Por acreditar na força do nosso Estado, meu compromisso é com o
fortalecimento da economia do Tocantins. Peço voto aos colegas para mim e para
meu amigo Tom Lyra. De fato, não tem caminho novo, o que muda é minha forma de
caminhar”.
A votação foi aberta e Sandoval Cardoso (SD) foi eleito
governador do Estado do Tocantins com 15 votos. Marcelo Lelis (PV) e Eli Borges
(Pros) receberam dois votos cada um, e José Augusto Pugliesi (PMDB) e Paulo
Mourão (PT) receberam um voto cada um. Os outros candidatos não receberam voto.
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