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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Na eleição indireta teve candidato que perdeu a voz, outro o tino e até candidato que virou piada, mas quem ganhou foi Sandoval Cardoso

Neste domingo, 4, o Blog Os fatos e os boatos esteve na assembleia legislativa do Tocantins  e fez a cobertura das eleições indiretas para governador do estado realizada no plenário da casa de leis e que contou com oito candidatos. O critério para apresentação escolhida pela mesa diretora foi à ordem alfabética. Os candidatos tiveram cinco minutos para fazer o pronunciamento, tendo mais dois de tolerância.

Adail Carvalho, cadê o sorteio?
O professor Adail Carvalho (PSDC) foi o primeiro a discursar e suas primeiras palavras foram para criticar o critério escolhido para a ordem das apresentações. “Isso aí foi uma tentativa de beneficiar o candidato governista. No passado participei de um mesmo processo desses e fizeram sorteio”. Comentou as renúncias do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) e disse que era Legal, mas injusto e afirmou ainda que o ato tem como objetivo fazer com que os grupos permaneçam no poder e se colocou como opção, e fez um apelo aos parlamentares: “não precisam ser subservientes ao Palácio Araguaia”.  Parece que o professor não conseguiu convencer muito em suas palavras já que no resultado final tirou zero votos.

Eli Borges, Davi x Golias....
O segundo a se apresentar foi o deputado estadual Eli Borges (Pros), que criticou o ex-governador Siqueira Campos dizendo que se fosse eleito não renunciaria seu mandato. “Não podemos permitir a instabilidade institucional”, disse. Ele defendeu um governo descentralizado e se colocou como “representante do sentimento popular”. Ainda disse que a possibilidade de ser eleito era baixa, devido à maioria de o parlamento ser governista, mas  que fez questão de exercer o “dever cívico”. Citando que participaria mesmo parecendo ser um jogo de Davi contra Golias, mencionando os personagens bíblicos. Só que na Bíblia Davi venceu Golias, já na indireta o parlamentar não viu o mesmo acontecer......

Fabio Ribeiro, o juiz

Fábio Ribeiro é pré-candidato a prefeito de Palmas
O candidato do Psol, Fábio Ribeiro, foi o terceiro a fazer o pronunciamento e diferente dos candidatos desse partido que tem discursos bem acalorados mostrou-se inteligente e eloquente nas palavras, e direcionou sua fala aos deputados presentes, lembrando-os que seus votos seriam observados pelos eleitores da eleição direta. “A vocês foi concedido o dever de zelar pela coisa pública. Não sou eu que vou julgar. Quem vai julgar é o povo tocantinense em outubro”, para depois criticar duramente: “Não adianta ler a Bíblia e depois agirem como o capeta”! Fábio Ribeiro disparou para tudo quanto foi lado. “Gente que ontem compunha o governo agora está batendo. Fechou a torneirinha e o governo passa a ser ruim”, desabafou em tom de ironia. Ele ainda disse que os deputados só serão reeleitos ou eleitos em novos cargos, apenas se fizerem um “bom trabalho” e terminou dizendo aos deputados para tomarem suas palavras como “um aviso”.

José Augusto Pugliesi, até que a voz nos separe...

O deputado estadual José Augusto Pugliesi (PMDB) começou o pronunciamento dando um verdadeiro espetáculo a parte, garantindo que foi escolhido como candidato por unanimidade na convenção e afirmou que vai levar o processo indireto para a Justiça. Mas apesar de ter sido escolhido por unanimidade teve colega de legenda que adoeceu e não compareceu para votar. “O PMDB vai judicializar essas eleições. Entendemos que o candidato do governo não atende a legislação”, disse o peemedebista referindo-se à Sandoval Cardoso (SD), que não tem um ano de filiação. O parlamentar já entrou com uma ação na justiça antes da eleição e foi indeferida.
O peemedebista criticou a gestão do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) lembrando das promessas de campanha não cumpridas e citando o mensalão lembrou do rombo do Igeprev e garantiu: “É por isso que o PMDB não pode acompanhar esse projeto, que é o projeto do continuísmo”. A única coisa que o deputado não lembrou foi que já acompanhou esse grupo quando lançou sua esposa a vice prefeita de Marcelo Lelis que na época compunha a base aliada do ex governador Siqueira Campos.
José Augusto Pugliesi terminou o discurso, que quase nem terminava, pois foi traído por sua voz que falhou na hora H, garantindo presença do PMDB nas eleições diretas. “O PMDB está preparado para as urnas, para debater com o povo, e em 5 de outubro ganhar as eleições”, e logo após já sem voz sussurrou campanha antecipada ao pré-candidato peemedebista e deputado federal Júnior Coimbra: “Vamos com Júnior Coimbra!”

Marcelo Lelis, mas apagado que lamparina sem querosene

O deputado Marcelo Lelis (PV), que não tinha muito o que dizer mesmo, já que era governista a tão pouco tempo que nem aprendeu ainda ser oposicionista discursou mais apagado que lamparina sem querosene e declarou sua insatisfação com o governo de Siqueira Campos e dirigiu seu discurso à população. “Enfim, falo aos tocantinenses, falo a todos nós que fomos preteridos para um golpe político-familiar, para manterem a todo custo o controle político do nosso Estado” e acrescentou que a renúncia de Siqueira foi “imoral”. O comentário geral no momento do discurso dele é que se ele não tivesse dado um passo maior que a perna hoje poderia estar sendo eleito governador do estado.

Nuir Machado, de invejar até o deputado Tiririca

O sexto candidato a se pronunciar foi Nuir Machado (PMN), que definiu o governo Siqueira Campos como uma “catrástrofe” (sic) e alegou estar decepcionado, pois esperava “o melhor governo do Tocantins”. O candidato mostrava certo nervosismo com um monte de papel estranho na mão, causou muitas gargalhadas aos que estavam presentes na AL assistindo pela TV Assembleia. Ele parecia o deputado Tiririca, não no âmbito politico, mas sim durante suas apresentações de humor. Sem esquecer que o português de Tiririca é bem melhor.
Nuir Machado estendeu as críticas às gestões anteriores. “O governo que entra não quer pagar a conta anterior”, e defendeu maior autonomia da Assembleia: “Não podemos admitir que o Parlamento se curve diante do Palácio Araguaia. Essa casa tem que fiscalizar”, disse. Nuir não deu nem conta de concluir seu discurso no tempo hábil e quis mais minutos de prorrogação, sendo obrigado a ter seu microfone cortado. Mas se ele não ganhou para governador pode ter certeza que vaga de humorista tem garantido em qualquer programa de humor.

Paulo Mourão, nada contra Sandoval

O ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT) foi o penúltimo candidato a subir na Tribuna para discursar, e definiu o Tocantins como um Estado fadigado na forma de fazer política e chamou a ultima gestão de Siqueira Campos como ruim e péssimo avaliado em 60%”.
Paulo Mourão declarou que não tem nada contra Sandoval Cardoso, mas que o problema é quem ele está representando. “Nada pessoal contra o Sandoval Cardoso, mas ele não pode representar uma corja dessas”. “Não esperem mudança aqui nesse plenário, vamos à luta meu povo”.

Sandoval Cardoso, não tem caminho novo, o que muda é minha forma de caminhar

Sandoval Cardoso (SD) foi o último candidato a se pronunciar e em vez de criticar seus adversários fez  breve relato de sua carreira política, lembrando do apoio recebido para disputar o processo. “Me vejo respaldado para ser candidato a governador nessa eleição indireta”, disse. O governador disse que nasceu no meio das tropas e exaltou sua querida cidade de Colinas.
Sandoval Cardoso exaltou o governo e indicou melhorias na saúde, nas estradas, na educação e no agronegócio, e falou: “Temos obras em andamento nos 139 municípios tocantinenses, sem olhar cor partidária”. Ele disse: “Por acreditar na força do nosso Estado, meu compromisso é com o fortalecimento da economia do Tocantins. Peço voto aos colegas para mim e para meu amigo Tom Lyra. De fato, não tem caminho novo, o que muda é minha forma de caminhar”.

A votação foi aberta e Sandoval Cardoso (SD) foi eleito governador do Estado do Tocantins com 15 votos. Marcelo Lelis (PV) e Eli Borges (Pros) receberam dois votos cada um, e José Augusto Pugliesi (PMDB) e Paulo Mourão (PT) receberam um voto cada um. Os outros candidatos não receberam voto.

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